Uma rápida olhada às ecoaldeias e comunidades alternativas em Colômbia
No ano 2010, Colômbia conta com 12 ecoaldeias e 2 Comunidades Alternativas consolidadas, que se auto-reconhecem como tais e que unem seus esforços e energias à Rede Colombiana de Ecoaldeas e Comunidades alternativas e/ou à Ecorede, que é o nodo regional no departamento central do Quindío, da Rede Colombiana.
(a conferência de Beatriz apresenta um directorio das ecoaldeias e comunidades alternativas consolidadas em Colômbia, com a informação de localização, telefone e celular da pessoa contacto, página site, número de membros residentes e não residentes e ano de início da convivência... porém, temos preferido não colocar ela sim permissão das diretorías das ecoaldeias citadas) (Nota da Rede Latina de Intercâmbio Solidário)
...Esta lista não pretende excluir a outros coletivos, nem diminuir o mérito dos seus processos, só que nós ressaltamos aqueles coletivos que têm unido seu esforço à consolidação da Rede já que graças a isso, pudemos tecer irmandade com os seus membros, com o coletivo, nos nutrimos e inspiramos mutuamente, temos aprendido e retroalimentado juntos com as nossas experiências, acertos e desacertos.
Não incluímos na lista outros coletivos que também amamos e reconhecemos por seus valiosos esforços e trajetória, bem seja porque já não estão a viver uma vida em comunidade, porque estão consolidadas, mas não estão ativas na Rede, porque ainda estão em processo de consolidação, ou bem porque ainda não conhecemos de suas iniciativas.
Entre o primeiro grupo, aquelas ecoaldeias cuja etapa de vida em comunidade teve força em outros tempos, mas que atualmente a vida em comunidade já não é o projeto de vida de seus integrantes, não podemos deixar de convocar à Ecoaldeia e Reserva Integral Sasardí no Urabá (Departamento do Chocó) com já mais de 25 anos de história, os Jipi Kogui na Serra Nevada de Santa Marta, com 40 anos de ter iniciado o projeto de vida em comunidade mais antigo do país. Aquelas consolidadas mas não ativas na rede como A Aldeia na Estrela - Antioquia, Pueblito Acuarela na Mesa dos Santos, Bucaramanga - Santander, Cooperativa Multiativa Transcender em Jamundí - Vale do Cauca, Atlantis no Putumayo, cujo processos ilustradores e meritórios reconhecemos.
Algumas das iniciativas nascentes que ainda não estão assentadas em um território ou que estão em processo de consolidação, tais como Coletivo Sementes do Sol, Sol Nascente, Aprender Fazendo as três em Antioquia, A Arcádia no Tolima, Quindicocha no Vale de Sibundoy, Putumayo, o Chamado da Serra, na Serra Nevada de Santa Marta, a ecoaldeia na Reserva Santa María da Loma de Pereira, articulada com a Agrovila O Prado, a Ecoaldeia Fundamor Mandivá em Santander de Quilichao, as cidadelas Astron, as 20 ecoaldeias que deseja consolidar a Confederación Novo Maya... para todos eles enviamos nossos melhores augúrios, bênçãos e orações. Seja este também um convite a outras ecoaldeias ou comunidades alternativas, consolidadas ou em processo de consolidación que não têm tecido laços com a Rede Colombiana de ecoaldeias, a que o façam e nos nutramos mutuamente com suas aprendizagens e luz.
Somos não mais de duas centenas de pessoas vivendo em ecoaldeias e comunidades alternativas em Colômbia, convencidos do efeito de bola de neve que se expande; a nível de território umas 220 estão a ser custodiadas por propostas de ecoaldeias em diferentes regiões do país, andares térmicos e eco-sistemas. Como bem nos ensinou a Mãe Teresa de Calcutá, o pior erro que alguém pode cometer é não prender uma vela na escuridão, por temor de não a iluminar suficiente e como também nos ilumina Gandhi “O que vocês fazem pode ser absolutamente insignificante, mas é absolutamente indispensável que o façam”
Cada ecoaldeia tem uma origem, propósito, motivação, busca, contexto político, social, ambiental, climático, cultural, ideológico diferente, múltiplos caminhos na diversidade. Todas compartilham entre si o propósito de construir uma plataforma para a evolução da consciência, para a re-conexão com a terra, a intenção explícita de desonhar o presente e o futuro. Cada uma poderia escrever sua própria história, tão extensas como as páginas do tempo que têm vivido, como as aprendizagens que tem representado para o coletivo em si mesmo, para a cada integrante, tanto os que passaram pela experiência de vida em comunidade e terminaram seu ciclo, como os que continuam ativos... como dos sonhos que já têm-se conseguido fazer realidade, e como dos que ainda se visualizam como utopias com dificuldade de concretar-se no plano do mundo real.
Cada uma tem nascido de sonhadores que decidiram assumir o desafio de gestar um novo projeto de ecoaldeia, umas quantas pessoas que sentiram o chamado de fazer realidade seus sonhos aqui e agora!!!, e pouco a pouco, foram-lhe definindo a personalidade, norte, localização geográfica, tenência da terra, acordos de convivência, estratégias de solvencia económica, sistemas de autogoverno, de tomada de decisões, de como suprir suas necessidades de infra-estrutura, alimento são, energia, água potável, saúde, articulação com a biorregião onde estão imersas, forma de conseguir a autosustentabilidade desse novo modelo de desenvolvimento, educação dos filhos, ferramentas e caminhos para o crescimento espiritual de seus membros,… em fim, é como reinventarmos uma nova sociedade, uma escola de vida para a formação de uma nova humanidade.
Muita gente quer mudar, mas não sabem como; quando uma pessoa sente em seu interior o chamado a uma mudança em sua vida, é de grande sabedoria seguir seu chamado o mais cedo possível, sonhar e desonhar para faze-lo realidade, não há tempo que perder, sem pressa mas sem pausa!!!
“O tempo ´tá curto” é a mensagem dos “mamos” ou mestres indígenas da ancestral Serra Nevada de Santa Marta. Recordemos que quando você concebe um sonho é porque também tem a capacidade para faze-lo realidade.
Isto é porque o Universo, Deus, O Grande Espírito, essa força superior, seja como seja que a chamemos, proverá você das ferramentas, conhecimento, sabedoria e recursos para faze-lo realidade.
Recomendamos a toda a pessoa que sinta este chamado interior de mudança em sua vida, para uma vida em comunidade, que tome um tempo para visitar ecoaldeias e comunidades alternativas já existentes em Colômbia e no mundo, pois a grande maioria delas estão abertas a receber voluntários e visitantes. Assim, após visitar vários proectos existentes e se nutrir de suas experiências, poderá decidir se unir-se a alguma das já consolidadas ou se assumir o desafio de criar uma nova iniciativa.
Ambos caminhos são possíveis, cada um implica um desafio diferente; ser pioneir@ para criar, para reinventar algo a partir de zero, ou se unir a um esforço já consolidado e moldado para o fortalecer e se fortalecer, para o nutrir e se nutrir.
Não é este o espaço para aprofundar no movimento ecoaldeano a nível mundial (www.ecovillage.org), mas é importante ressaltar que têm sido fonte de inspiração, de aprendizagem, a eles agradezemos o muito que nos ensinaram, que têm inspirado nossos próprios sonhos, o legado que estão a construir, que nos está a permitir não reinventar a roda, aprender dos seus acertos e de seus desacertos, nos apropriar do que é apropriável para nossa própria cultura e idiosincrásia, de seus logros e história.
Assim ressaltamos a Caravana Arco Íris para a Paz, a Ecoaldea Huehuecoyolt (México), The Farm e Los Angeles Ecovillage (Estados Unidos), Gaia (Argentina), Torri Superiori (Itália), Hurdal (Noruega), Zegg e Sieben Linden (Alemanha), Findhorn (Escócia), Auroville (Índia), por citar só aquelas que têm inspirado de forma próxima o movimento colombiano... mas não por isso desconhecer os valiosos caminhos de todas as demais e múltiplas ecoaldeias que brilha em todo o planeta com luzes no meio da escuridão.
Há duas organizações em Colômbia muito próximas ao mundo ecoaldeano, Change the World (www.cambiaelmundo.org e www.world-changers.org) e Colômbia Em Hechos (Em Fatos) (www.colombiaenhechos.com), que têm apoiado com seus esforços, assessorias e capacitação às ecoaldeias e que são membros ativos da rede colombiana de ecoaldeias e comunidades alternativas. Change the World é uma ONG norueguesa nascida em 1997 e que desde o 2007 consolida a sua sede em Colômbia com a autora deste artigo como diretora; temos vindo apoiando de forma contínua processos como o Pueblito Acuarela, Nashira, A Aldeia, a Cooperativa Transcender e Fundamor. Por mais de 10 anos um de nossos colegas, Claudio Madaune, tem apoiado a consolidação da Rede Nacional de Reservas Naturais da Sociedade Civil em Colômbia e por outros tantos eu o vim fazendo com a Rede Colombiana de Ecoaldeias.
Temos apoiado o tecido da Rede, com a coordenação do chamado da montanha, sendo membro da equipe motora da rede colombiana e realizando a peregrinajem da sustentabilidade (novembro 2008 a data-a Junho 2010 e sem data limite por agora) no qual Silvio Rios, meu colega e cúmplice de sonhos e eu temos realizado visitâncias às 12 comunidades citadas na tabela que apressentei e outros tantos projetos agroecológicos, comunitários, espirituais, alternativos; tecendo rede, construindo irmandade, polinizando iniciativas, compartilhando conhecimentos, aprendendo e entregando, inspirando, desonhando, oferecendo também atelieres, tertúlias e conversatórios. Igualmente organizamos o giro de iniciativas sustentáveis (fevereiro a março 2010) na qual contamos com a participação de Claudio Madaune, de Change the World Noruega. Durante o giro, a peregrinagem e outras viagens temos oferecido atelieres em diferentes regiões do país, Magdalena, Cundinamarca, Quindío, Risaralda, Caldas, Boyacá, Antioquia, Vale do Cauca, Cauca, Chocou, Santander; em aliança com organizações como Projecto Permacultural Amandaris, Aldeafeliz, Colômbia em Feitos Cidadela Ecológica Nashira, Um canto de amor, Parque Residencial Ecológico A Aldeia, o Pueblito Acuarela, Associação Nacional Rede de Reservas Naturais da Sociedade Civil, Corposiete, Universidade Javeriana, Museu interativo Maloka, Grupo Tayrona, A Pequena Granja de Mama Lulú, Fundação Darién, Ecoaldeia Pachamama, Serraniaguas, Ecoaldeia Atlántida, Sociedade Teosófica, Fundação Bosque Tropical, Universidade Tecnológica de Pereira, Reserva Santa María da Loma, Agrovila O Prado, Universidade do Vale, Uraku, Maloka do Jardim Botánico, Ecoparque Os Alcázares, entre outros.
Uma rápida olhada à diversidade do bom viver das ecoaldeias em Colômbia
O mais formoso deste caminho é a abertura à diferença e a diversidade em todos os aspectos. Entendemos a diversidade como uma grande riqueza e não como um problema ou dificuldade. Em muitos casos puseram a andar este trem uns quantos pioneiros e depois outros têm chegado para continuar nutrindo a semente em gestação ou a gozar dos frutos de uma árvore em produção.
Cada um vai chegando a onde deve chegar, no momento que está pronto para chegar, para viver e aprender o que está pronto para aprender, e também soltar o que está pronto para soltar.
Neste capítulo vamos dar um rápido olhar a como se manifesta esta diversidade em cada um dos aspectos que a Rede Global de Ecoaldeias sintetiza como pilares da sustentabilidade no mundo ecoaldeano. Dimensão
Visão do Mundo:
Com relação a este pilar o desafio da visão holística do mundo, da re-conexão com a Natureza, do acordar e a transformação da consciência, a celebração da vida, as manifestações criativas e artísticas e uma espiritualidade socialmente comprometida... há ecoaldeias que claramente têm assumido este desafio, senão como o maior, ao menos como um dos mais importantes e nucleares, como o que mais lhes permitiu definir um norte claro e comum... bem como existem outras nas quais a coesão comunitária não está centrada na busca espiritual.
Acolheram-se diferentes caminhos para o crescimento pessoal de seus membros e o fortalecimento da irrmandade, contando com ferramentas como cerimónias de diferentes tradições vindas de oriente, ocidente, norte e sul, caminhos espirituais que incluem o sufismo, o adventismo, o subub, caminho vermelho, chamanismo, conexão com anjos, Danças de Paz Universal... várias ecoaldeias vieram-nas aprendendo, gozando e difundindo como um presente para tecer irmandade e conexão com a Unidade. Em algumas, as celebrações, incluindo aquelas de re-conexão com os ciclos da Terra como lua cheia, solstício, equinócio, são parte importante da vida em comunidade. A arte e a criatividade manifestam-se em algumas, bem como em outras mal se assoma.
Dimensão Social:
Na maioria de ecoaldeias e comunidades alternativas colombianas, criar comunidade e abraçar a diversidade é evidentemente um dos desafios, o goze de ferramentas de comunicação, de manejo, prevenção e resolução de conflitos , facilitação e tomada de decisões... mostra uma grande diversidade entre as ecoaldeias colombianas, desde umas onde o consenso e a tomada participativa de decisões leva a um sentido de pertência e apropriação de todas as decisões e da evolução da comunidade, até outras onde há lideranças fortes com menor possibilidade de participação igualitária para todos os integrantes, bem como em alguns coletivos onde algúns dos seus membros sentem que há tantas pessoas para opinar e decidir, que é difícil decidir e avançar.
Existem algumas outras onde o empoderamento pessoal e liderança compartilhada é forte, bem como em outras onde é fraca e dificulta e freia a evolução do colectivo. Em algumas onde ferramentas como o consenso, o Foro de ZEGG (ecoaldeia alemã que tem desenvolvido esta valiosa técnica de comunicação), o laboratório de interações, a descarga emocional, o círculo da palavra, círculo de mulheres, o “mambeo” indígena, a oração, as rezas, a meditação, são algumas das ferramentas para tecer harmonia na convivência, construir irmandade e “colar” comunidade.
Quanto à saúde e sanação há ecoaldeias com grande experiência em sanação, medicina natural, reflexología, massagens, shiatsu, medicina tradicional chinesa, acupuntura, sanação pránica, sanação holística, uso de plantas medicinais. Muitas compreendem a alimentação sã, saudável e orgânica e o estilo de vida sã, a conexão com a unidade, a harmonização de nosso ser integral e o bomviver como a maneira mais adequada de prevenção e saúde integral. Várias ecoaldeas trabalham a nível local, com projeção biorregional e perspectiva global, bem como outras centram seu esforço em seu próprio processo interno. Compreendemos que Vida Sã, Mente Sã, Corpo São.
Com respeito à convocação para o início e/ou vinculação de novos membros, algumas ecoaldeias têm nascido rapidamente com processos de difussão amplos e abertos. e a gente se uniu em torno do projeto mesmo, outras têm nascido de grupos de amigos que após anos de amizade têm decidido iniciar o processo de convivência. Na sua grande maioria, salvo poucas excepções os integrantes das ecoaldeas e comunidades alternativas colombianas são neo-rurais ou também chamados “agromelos”, isto é pessoas nascidas e criadas na cidade, ou citadinos (cidadões), com ampla diversidade de oportunidades académicas, desde bachilleres até doutorados, e decidiram retornar ao campo, com poucas habilidades para a vida no rural e portanto, parte do desafio tem sido desenvolvé-las. A maioria de ecoaldeias colombianas estão abertas a novos membros, a visitantes e a voluntários, oportunidade que sugerimos seja gozada por toda pessoa interessada em fortalecer seu sonho, inspirar-se e concretar seu disonho em realidade.
Dimensão Económica:
Todas as ecoaldeias estão a transformar a sua própria escala a economia para a sustentabilidade, procurando um sustento justo para todos os seus membros. Com respeito ao tema de empresas sociais, há uma ampla gama nas ecoaldeias, algumas onde não há empresas sociais, associativas ou cooperativas, e a cada pessoa ou núcleo familiar procura a geração dos rendimentos que lhe permitam um bomviver, até outras com fundos comuns nutridos com os rendimentos das empresas comunitárias, do qual suprem-se as necessidades de alimento, abrigo, casa, educação de seus membros segundo sua necessidade, passando por sistemas mistos comunitários-individuais.
Na maioria de ecoaldeas os integrantes fazem uma contribuição mensal para cobrir os custos básicos de alimento, serviços públicos, manutenção de infra-estrutura e outras despesas comuns; apresenta-se uma gama ampla de como cada ecoaldeano cobre essa responsabilidade, em muitos casos há liberdade financeira adquirida por aposentação, poupanças e património pessoal construído previamente ao retiro da sociedade convencional, em outros casos mediante trabalhos por fora da ecoaldeia com dedicação de tempo parcial, que lhes libertam tempos parciais para entregar ao projeto comunitário.
Em outros os empreendimentos dentro da aldeia lhes geram total ou parcialmente os rendimentos para cobrir seus custos básicos, e em outros casos o trabalho a tempo completo em labores fora da ecoaldeia, lhes reduz suas possibilidades de centrar energia na mesma. De fato, um dos desafios que as ecoaldeias em Colômbia estão em caminho a resolver é que seus integrantes consigam no seio da ecoaldeia gerar os recursos financeiros necessários para viver e satisfazer suas necessidades sem que isto implique dispersão energética, desafio que, na medida que se vá resolvendo, fortalecerá os processos, a permanência e satisfação de seus membros e também abrirá as portas a muitos simpatizantes que ainda não conseguem realizar a mudança de estilo de vida, em boa medida por esta circunstância.
Como fruto dos empreendimentos existentes nas ecoaldeias e comunidades alternativas colombianas, se oferece uma ampla gama de produtos e serviços, tal como conseguiu compendiar-se no primeiro esforço de definição do portafólio de serviços e produtos da Rede Colombiana, esforço conseguido com assessoria de Consultandes, órgão consultivo da Universidade dos Andes.
Alguns são iniciativas individuais de ecoaldeanos, de um grupo de membros ou da comunidade em seu conjunto e se apresenta também uma ampla gama de variações com respeito à distribuição dos excedentes gerados, porém, em geral, as modalidades refletem saltos quánticos com respeito ao pensamento convencional capitalista e consumista.
Entre os produtos incluem-se entre outros: alimentos agroecológicos, tais como café, frutos, verduras, hortalizas, fertilizantes e insumos para agricultura orgânica, produtos alimentícios elaborados como pães, tortas, granolas, produtos cárnicos, tais como ovo de codorna, frango e peixes cultivados; flores ornamentais como antúrios; guadua inmunizada (bambu gigante para construção), tambores chamánicos, jogos didáticos e artigos de aséio pessoal, estufas solares tipo parábólica.
Oferecem-se serviços pedagógicos e assessoria em construção, produção sustentável e ecológica, sustentabilidade e permacultura, educação ambiental, agroecológica, desenho arquitetónico, planejamento de projetos productivos, transformação e processamento de alimentos, de comida sã, mercado orgânico, restaurantes vegetarianos, restaurante solar e elaboração de vitrais, entre outros.
Visitas guiadas, caminhos ecológicos, eco-spa, hospedajem, encontros e acampamentos de danças de paz universal, círculos de mulheres, busca de visão, oficinas e terapia Reiki, psicoterapia, limpeza energética, temascal ou sauna mexicana, inipi, ou sauna lakota, atelier de conexão com os anjos, encontro com o mestre interior, circulo de cantos, atelieres de artes cénicas, cursos de cerâmica, atelieres de dança, atelier de técnicas para elevar a vibração, classes de ioga e meditação.
Duas ecoaldeias têm consolidado encontros periódicos de troco ou intercâmbio de produtos e serviços sem mediação do dinheiro, mediante intercâmbio direto ou com o uso do facilitador regional de intercâmbio ou moeda complementar social, “a Montanha”, facilitador nascido e utilizado nos “Chamados da Montanha” e que circula entre todas as ecoaldeias. Um destes espaços de troco leva já 50 versões, isto é 50 meses se realizando com participação de agricultores, artesãos e pro-sumidores de toda a biorregião Quimbaya.
A tenência de terra resolveu-se igualmente de diversas maneiras, em comodato, sociedade comum e indivisível, agrovila, condomínio, propriedade de uma pessoa ou família colocada ao serviço de uma comunidade, várias propriedades privadas vizinhas e colindantes, mistura de figuras em uma mesma propriedade.
Com respeito aos Acordos de Convivência, há algumas ecoaldéias que têm investido bastante tempo prévio ao iniciar, para definir seus acordos ou regras do jogo, manual de convivência, estatutos ou regulamentos, outras que têm fluído rapidamente e na marcha das coisas têm ido estabelecendo os acordos necessários para o bom viver em comum-unidade.
Dimensão ecológica
Quanto às construções, algumas têm iniciado em lugares sem infra-estrutura e têm assumido o desafio de construir suas moradias e outras infra-estruturas com consensos claros sobre critérios, técnicas construtivas e materiais ecológicos, outras têm contado com infra-estrutura preexistente e realizaram esforços por renovar e restaurar, se aproximando o melhor possível a critérios ecológicos.
Algumas têm desenvolvido grande experiência na produção de alimentos orgânicos, hortalizas, feijão, banano, frutais, chegando algumas até ao 50% de segurança alimentaria... outras ainda estão a dar os seus primeiros passinhos na transição de urbanos a camponeses.
Quanto a aplicações de tecnologias apropriadas e energias alternativas, ressalta-se as cozinhas e parabólicas solares, o “aríete” para bombear água, sistemas alternativos de captação e potabilização de águas para consumo e de tratamento de águas residuais, sanitários ecológicos e aproveitamento de águas das chuvas. A restauração e proteção da natureza, da biodiversidade e das bacias hidrográficas é um desafio que várias ecoaldeias têm assumido.
Quanto à participação na reconstrução depois dos desastres naturais, há dois casos que nasceram e se impulsionaram como resposta a terremotos e recebendo benefícios de planos estatais de reconstrução.Para o desenho integrado de ecoaldeias, algumas têm acolhido a permacultura para o desenho e planejamento do território, em outras o desenvolvimento tem sido espontáneo e ajustando na marcha a carência de um planejamento territorial prévio.
O tecido de redes de sonhadores: “Somos tecido, somos tecelões, somos sonhos e desonhadores”
Existe a nível mundial a Rede Global de Ecoaldeas (GEN) (www.ecovillage.org) que nasceu em 1993 no Encontro Hábitat em Estambul - Turquia quando muitas pessoas se encontraram na convicção de levar a este evento soluciones concretas de assentamentos humanos sustentáveis, sem dúvida desonhadores de um mundo melhor convencidos que a Rede potencializa o trabalho individual, gerando espaços de intercâmbio, irmamento e apoio mútuo.
Para seu funcionamento está dividida em três grandes regiões: GEN Europe, que reúne a Europa, África e Antiga Rússia; GENOA, a rede da Ásia e Oceania e ENA a rede das Américas, a qual está a sua vez dividida em nove subrregiões: Canada, Oeste dos Estados Unidos, Este dos Estados Unidos, Centroamerica, Caribe, Norte de América do Sul, Sul de América do Sul, Brasil, e a nona região, a nômade, que reúne às ecoaldeias móveis ou nómades. A região Norte de América do Sul reúne a Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia e Guianas.
Em alguns países, como é o caso de Colômbia consolidaram-se redes nacionais, articuladas à rede global e a respectiva região e subrregião, como plataformas para apoiar a construção de irmandade entre ecoaldeias e ecoaldeanos, bem como nodos regionais, como é Ecored no Quindío. A Rede Colombiana de Ecoaldeias teve seu primeiro momento de consolidação no ano 2000, com a chegada da “Caravana Arco-iris para a Paz”, ecoaldeia nómade que por 13 anos percorreu 17 países sa América Latina, tocando corações e acordando sonhos e sonhadores.
Com eles realizamos os primeiros esforços por consolidar uma Rede de Ecoaldeias, em seu momento a chamamos Rede Colombiana de Ecoaldeas e Permacultura, como um espaço para encontrar gente interessada neste novo estilo de vida, realizamos os primeiros atelieres sobre ecoaldeias, permacultura, consenso, ecoconstrução, energias alternativas e outros temas afins, aproveitando a vinda em Colômbia de experientes ecoaldeanos de vários países do continente americano. Com este impulso nasceu a Ecoaldeia Montanha Mágica em Santa Elena, corregimento de Medellín, a qual absorveu em seu momento quase toda a energia dos gestores da Rede neste primeiro impulso.
Após um tempo de quietude, no ano 2006 refloresce como Rede Colombiana de Ecoaldeias e Comunidades Alternativas (www.ecoaldeasdecolombia.org), como uma rede que reúne as iniciativas consolidadas e nascentes de todo o território nacional.
Tanto a nível mundial, como no caso da Colômbia, cada ecoaldeia é totalmente autónoma, para recriar a sua existência, para abordar os quatro pilares de sustentabilidade segundo seu próprio enfoque e fortalezas. A Rede não define linhamentos nem parámetros, nem julga ou certifica às ecoaldeias, a sua missão é apoiar e promover os diferentes esforços a nível nacional, é somente uma rede de irmãos e de fraternidade, o que pretende é criar uma possibilidade de intercâmbio de experiências, saberes e sonhos; possibilitar que a cada um desses projetos e sonhadores saiba que não está só em sua própria utopia, que ao igual que ele, outros seres em outros lugares do planeta estão-se a perguntar coisas similares, e têm tido acertos e desacertos em sua própria construção ecoaldeana.
Recentemente demos-lhe um nome à forma informal em que temos vindo caminhando e compreendemos que temos uma Equipa Motora, conformado pelas quatro pessoas que temos apoiado desde o começo e com maior dedicação o processo, Juan Castelhanos, Jorge Calero, Carlos Vermelhas e eu; um comité de delegados com dois representantes de cada uma das comunidades alternativas, ecoaldeias e organizações que têm apoiado o processo; um comité de Coordenação dos Chamados da Montanha e um Comité de Educação, uma das perguntas que se move com mais força no momento.
O Chamado da Montanha, Encontro Colombiano de Ecoaldeias e Comunidades Alternativas, vem-se realizando anualmente desde o 2006, com a participação de um número crescente de pessoas, entre 85 no primeiro chamado, e 204 no IV Encontro, com pessoas de mais de 25 organizações e de 12 a 15 países diferentes. Também participam pessoas ainda não vinculadas com um projeto de comunidade e de desenvolvimento sustentável. Para alguns, a participação nos Chamados tem significado um fortalecimento nos projetos coletivos ecoaldeanos, para outros, um afiançamento do seu sonho em tanto o evidêncian como algo já feito realidade em casos concretos, algúns têm iniciado novos projetos ecoaldeanos...outros se uniram a projetos existentes, para outros mais significa acordar ante um mundo inimaginado.
Nestes encontros realizam-se uma gama ampla de atividades, tais como oficinas de capacitação em temas alusivos à vida em comunidade, às ecoaldeias e a permacultura, espaços de apresentação dos diferentes projetos das comunidades presentes, intercâmbio de experiências, danças, cerimónias, comida comunitária, convivência em contacto estreito com a Terra e um exemplo de convivência pacífica como mostra viva de que é possível compartilhar em harmonia, na diversidade cultural, de credos, crenças, de origens, raças e interesses.
Estão convidadas a participar todas as pessoas que vivem em ecoaldeias ou comunidades alternativas, todos os simpatizantes deste estilo de vida, os que já sentem o chamado de mudança em sua vida e não sabem cómo... assim como todas as pessoas que sentir o chamado para ir ao Chamado, para ter a vivência temporária de vida em comunidade e de aprendizagem e gozo sem limite.
O próximo Chamado da Montanha será do 5 ao 10 de janeiro do 2011 na Ecoaldeia Anthakarana em Salento - Quindío e estamos começando a pensar num grande encontro internacional para Dezembro do 2012 (SE ANIMEM OS BRASILEIROS!!!).
podera-se encontrar oportunamente a convocação e o processo de inscrição, assim como posteriormente ao evento, você encontrará as memórias e galería fotográfica.
Outros resultados concretos da rede, são atelieres e criação de espaços de capacitação, a construção de uma rede social de irmandade e solidariedade que tem apoiado o fortalecimento pessoal e coletivo das diferentes comunidades e ecoaldeias, tem ajudado a inspirar a outros coletivos a iniciar novas experiências.
Assim também se facilitou a realização de intercâmbios e serviço de voluntariado de membros de algumas ecoaldeias e de pessoas interessadas em realizar mudanças em seu estilo de vida mediante a experiência de viver a vida ecoaldeana apoiando com seus saberes e habilidades.
No primeiro semestre do 2010 realizou-se o primeiro exercício de formulação do portafólio de serviços, mediante consultoría com CONSULTANDES, ente assessor da Universidade dos Andes.
Vem-se consolidando um comite de educação que deseja abordar este importante tema nas ecoaldeias: como educamos aos nossos filhos e adultos, em que os educamos, a quem educamos, para que os educamos.
Estamos assim materializando um sonho, conseguindo demonstrar de maneira muito concreta e real que SIM SE PODE !!! que é possível viver na terra de forma mais sustentável, reduzir nosso impacto ecológico, nosso impacto energético, desaprender esquemas competitivos e individuais para construir estilos de vida em comunidade, que constituem-se em espaços propícios para o crescimento espiritual dos seus membros, para o florescimento da consciência, para desonhar presentes e futuros harmónicos, pacíficos e sustentáveis.
Este é um processo em gestação, aberto à participação de todos quem desejarem contribuir a sua construção, são boas-vindas também todas as idéias, contribuas, comentários, reflexões, sugestões.
Obrigado por unir a tua energia com a nossa, envia tua contribução de PAZ a beatrizarjona@yahoo.com
Escritos valiosos para apoiar e inspirar a desonhadores ecoaldeanos.* Bang, Jan Martin, 2005. Ecovillage. A Practical Guide to Sustainable Communities. Floris Book. Findhorn Press.
* Belew Shaktari. Honoring all life. A practical guide to exploring a new reality. Interactive média publishing.
* Bernal, Gonzalo, Manual do Nimierdismo
* Bohm, David. Wholeness and the implicate order. Reutledge Classics.
* Christopher, Alexander. The timeless way to building
* Communities Journal of Cooperative Living.
* CONSULTANDES, Catalina Marín, N. Rodríguez, J.S. Acuña, J.D. Osorio, 2010. Uma conexão mutuamente benéfica. Rede Colombiana de Ecoaldeas e Comunidades Alternativas.
* Cooperrider David, D. Whitney, J.M. Stavros. Appreciative Inquiry handbook. The first in a séries of AI workbooks for leaders on change. Crown Custon Publishing. Berret-Koehler Publisher. San Francisco.
* Dawson, Jonathan. 2006. Ecovillage. New Frontiers for Sustainability. Green Book for the Schumacher Society.
* Ekins, Paul, Mayer Hillman and Robert Hutchison. 1992. Wealth Beyond Measure. An Atlas of new economics. Gaia Book Limited.
* Elgin Duane. Promise Ahead. A vision hope and action for humanity’s future. Quill. An imprint of Harper Collins Publishers.
* Elgin Duane. Voluntary Simplicity.
* Fellowship for international community, 2000. Community Directory
* Helmick, Raymond and Rodney Peterson. Forgiveness and reconciliation. Templeton Foundation Press.
* Holmgren, David, 2002. Permaculture, Principles & Pathways Beyond sustainability. Holmgren Design Services.
* Gómez, Andrea, A.C. Muñoz, C.A. Torres, 2008. Ecoaldeas em Colômbia, “A ecoaldea Aldeafeliz”, Trabalho apresentado para a Universidade Piloto. 26 p.
* Global Ecovillage Network. 1.998. Directory of Eco-Village in Europe. 184 pp.
* Global Ecovillage Network. What is an Ecovillage? 2010. http://gene.ecovillage.org/about/wiaev.php, May 24, 2010
* Gutiérrez, M., A. Ruz, C. Calvo, P. Valenzuela, !Agora! Para a Regeneración social e ambiental do Planeta
* Jackson, Ross, 2004. The Ecovillage Movement. In Permaculture Magazine, Vol 40
* Jackson Hildur and Karen Svensson. Ecovillage Living. Restoring the Earth and Her People. Gaia Trust Green Books.
* Jackson Hildur. 1.999. Creating Harmony. Conflict resolution in community. Gaia Trust.
* Jaworsky Joseph. 1996. Synchronicity. The inner path of leadership. Berret-Koehler Publisher. San Francisco.
* Jackson, Hildur, 1998. What is an Ecovillage? In Gaia Trust Education Seminar. Thy, Denmark.
* Kay Kay. 2001. Growing People. People’s pessoal experiences at the Findhorn Community. Pilgrims Guides.
* Leafe Christian, Diana. 2003. Creating a life together. Practical tools to grow ecovillages and intentional communities. New society publishers
* Macy Joanna, Molly Young Brown. Coming Back to Life. Practice to reconnect out lives, our world. New Society Publishers.
* Metcalf, Bill, 1996. Shared Vision, Shared Lives. Communal living around the Globe. Findhorn Press.
* Metcalf, Bill, 2004. Community Living, Findhorn Press.
* Mindell Arnold. The Deep democracy on open forums. Practical steps to conflict prevention and resolution for the family, workplace and world. Hampton Roads.
* Mindell Arnold. Sitting in the Fire. Large group transformation using conflict and diversity. Lao Tse Press. Portland, Oregon
* Orozco, Jorge Iván, 2010, As ecoaldeas, um caminho possível à soberania alimentária local. Conferência no Seminário Agricultura Sustentable: Uma Estratégia para a Adaptação à Mudança Climática. Universidade Tecnológica de Pereira. Maio 2010
* Peck Scott. The Different drum. Community making and peace. A Touchstone Book
* Permaculture Magazine Solutions for sustainable living.
* Vermelhas, Carmiña, 2008, Ecovillages, une alternative de vie" -introdução à noção de ecoaldea, seguimiento do nascimento da ecoaldea Aldeafeliz, em Cundinamarca, Colômbia- Tese de Maestría II,
Ecole d´Architecture de Nantes, France
* Rosenberg Marshal. Speak peace in a world of conflict. What you say next will change your world. Puddle Dancer
* Ruz, Alberto, 1992, Os Guerreiros do Arco Íris, Editorial Círculo Quadrado, Méjico, 293 p.
* Schwarz. Walter and Dorothy. Living Lightly. Travels in pós-consumer society. Jon Carpenter
* Senge Peter, Otto Scharmer, Joseph Jaworski. Betty sue Flowers. Presence exploring profound change in people, organizations and society. Nicholas Brealey Publishing
* Thoureau, Henry David, Walden
* Walker Liz, Ecovillage. 2005. Ithaca. Pioneering a sustainable culture. New Society Publishers
* Wheatley. Margaret. Leadership and the New Science. Discovering order in a chaotic world. Berret-Koehler Publisher. San Francisco.
* Zimmerman Jack. Coyle Virginia. The way of council. Bramble Book