miércoles, 15 de julio de 2009
........AS FASES PRÉVIAS DE UM PROJETO DE ECOVILA
Para materializar nossa visão de Comunidade Ecovileira e atingir os objetivos apontados, precisamos ir cumprindo as diferentes fases que aqui se expõem:
FASE 1- O ALEGRE NOIVADO do grupo de pessoas que querem criar juntas uma Ecovila.
A PRIMEIRA FASE DO PROJETO consiste em conhecer-nos "NO PLANEJAR", enquanto edificamos, junto às estruturas conceptuais e funcionais que planejamos, uma entidade espiritual conjunta, para o qual é também necessário que todo mundo conheça e estude bem este esboço de Manual ou Acordo de Convivência, ademais do Estatuto, ambos Documentos Fundacionais baseados em 25 anos de experiência em ecovilas, para não perder dois anos inventando o que já está inventado e, depois, ajude a personaliza-los e completa-los, de acordo com o espírito de todo o grupo de Fundadores, até que todos possam se identificar com seus conteúdos que já conseguem expressar um estilo próprio de Comunidade.
Antes de comprar terra alguma, deve conformar-se o núcleo base da comunidade de afetos, de amigos. Um mínimo de 8 sólidas patas, melhor 16, para uma mesa que vai ter que suportar a muitos outros aspirantes a ecovileiros. Ao menos, 4 parceiros e 4 parceiras, Fundadores bem sincronizados, energia de ambos sexos em equilíbrio, que vibrem no mesmo desejo e propósito construtivo, que desenhem, debatam e finalmente concordem juntos sobre todos os detalhes possíveis do projeto e de seu plano.
Ecovila Comunitária é, como o matrimónio, uma intenção de crescer e desfrutar juntos: precisa-se passar por um grato noivado no que começar a conocer-se e a converter em sonho e objetivo geral a soma dos sonhos e talentos expressados por cada um como um exercício, sem exclusões, sem "prioridades práticas" limitantes, sem restrições que frustren a criatividade de ninguém, adaptando com flexibilidade e tolerância a vocação de cada indivíduo a um canal coletivo de realização, o qual possa fluir com as vocações dos demais sem desvirtuar-as nem as reprimir. Só funciona e ultrapassa qualquer obstáculo aquilo que o coração individual ama fazer funcionar.
Internet ou reuniões físicas temporais servem para planejar; no entanto, planejamentos são só energia da mente, intelecto. Assim que a comunicação virtual ou esporádica do grupo tem que ir unida a períodos de real e estreita convivência, a ser possível no campo, nos quais se alicerce a plena lúdica (mais que criando formalismos), o sentimento de irmandade, a alegria do passar bem juntos, a confiança, a abertura, o entendimento da otredade e até a admiração pelo génio interno que anima cada um, junto com a compaixão aceitadora das sombras, limitações e conflitos que porta todo ser humano, aceitação que é base de qualquer autêntico amor.
Se este noivado grupal acorda esse amor, finalmente dar-se-ão as melhores condições para um bem definido e convencido trabalho em equipe, deixando que o desenvolvimento do FAZER CONJUNTO modifique as pautas planificadas de acordo com o que demanda nossa realidade quotidiana e evolutiva, e não ao invés.
Normalmente o grupo arranca sendo numeroso, fala-se muito, porque falar do sonho é gostoso e mais econômico que investir dinheiro, tempo, trabalho e, sobre tudo, presença constante e construtiva nele; a maioria não tem uma verdadeira intenção real de deixar a sua vida citadina e marchar para o mato, pelo menos até aposentar-se ou até que o mar cobrir as cidades litorâneas, alguns dos que juram que estão disponíveis já mesmo, só o estão depois de satisfazer uma enorme lista de condicionantes prévios que demorariam dois ou três anos, ou mais, ou toda a vida, em realizar-se: destacam na faladuría os caciques que posições mais radicais defendem, tais como ocupar terrenos ou fundir-se com comunidades camponesas ou indígenas, com o qual o conflito ou a dependência de esquemas e hierarquias do mundo velho ficariam assegurados...
Cada pessoa trata de fazer que os demais aceitem o que ela acha que deve ser uma comunidade, há uma expressão egoica nisso, que se agudiza muito na hora de escolher algo tão subjetivo como o nome. Essa é uma discussão na qual é impossível o consenso, para supera-la é necessário uma votação na que a maioria decidir. Ahí, curiosamente, muitos se separam, porque sentem que deixou de ser “a sua” comunidade... e vai-se reducindo o número. Isso é bom, interessa acabar quanto antes esta necessária primeira etapa de faladuría, e que fiquem só os que estão dispostos a passar do sonho á realidade já mesmo.
FASE 2: CRIAÇÃO DE UM FUNDO COMUN:
Sae-se da primeira fase quando os verdadeiros Fundadores concordam em signar, pagar e legalizar juntos, assesorados por um ou dois advogados, o Estatuto da ONG ou Fundação, ainda que apenas seja um frio e burocrático documento cara ao Estado. Será no Acordo ou Manual De Convivência da Ecovila onde realmente se expressará o espírito da Comunidade, mas só se perfilará na Terceira Fase. Entretanto, se escolhem maioritariamente duas pessõas da confiança de todos para que façam de tesoureiros e se abre a nome da ONG ou Fundação uma conta bancária onde cada Fundador terá que depositar 1000 reais cada mês para dispor de um fundo comum com o qual comprar as terras adequadas, incluída a papelada, quando aparecerem.
Para que aparecerem, forma-se uma Comissão Geográfica de voluntários que devem explorar determinados territórios. Na prática, isso é lentíssimo e não funciona bem, a menos que um ou dois deles, os que maior vontade tem de começar já, tenham disposição, dinheiro e muitos dias para ir a viver a esse território, dormir onde se possa, e dedicar-se, tempo completo, dirigindo um veiculo e perguntando a todo mundo, a fazer contatos e explorar possibilidades. Vendo muitas terras e escutando muitos preços, eles acabam por ter claro que classe de território é o ideal.
Deve ter um mínimo de 30 ou 40 alqueres goianos (mais ou menos 4 hectares o alquer), estar a mais de 720 metros de altura, a menos de 10 kms da escola infantil mais próxima, do posto de saúde e do mercado, ser abundante em água limpa durante a seca, sem vizinhos poluidores entre a fonte e a comunidade, dispor de zona de banho, ter uma paissagem agradável, ter espaços planos para construir prédios, estar bem comunicada, com acesso para caminhões até as zonas que serão construídas. Fantástico se, ademais, tem energia elétrica convencional perto, até que se possa investir em energias independentes, se existir cobertura para celular e Internet wireless e se dispõe de terra fértil para hortas ou agrofloresta e até de fruteiras, ainda que ninguém se libera de ter que reinventar a Agricultura Alimentar.
A terra ideal não deve custar mais, incluída a papelada e a construção do primeiro prédio comunitário imprescindível, uma maloca circular multiusos, que o que o número total de comprometidos possa pagar em 2 anos, colocando cada um mil reais cada mês no Fundo.
Em justiça, o Fundo Comum deve dar uma compensação por gastos realizados às pessoas que finalmente descubriram a terra a comprar, em forma de uma redução das suas quotas.
FASE 3: COMPRA DA TERRA:
Descoberta uma terra ideal, tudo se acelera, porque de não comprar-se rapidamente, outro comprador aparecerá e ficará com ela. Então é obrigado que todos vão conhece-la e que se todos e cada um se comprometam a signar uma PROMESA DE COMPRA-VENDA, que, idealmente, possa se pagar com uma entrada grande e, o resto, em 12 parcelas bimensais durante dois anos. Geralmente o grupo não dispõe mais que de um terço do valor total, assim que o entrega e põe fe em que todos se virarão para pagar no seu momento as bimensalidades, ou que serão capazes de captar novos candidatos a ecovileiros, agora que o sonho virou realidade, com o qual esvaecem-se muitas das condições dos ecologistas radicais, que queriam só um ser humano por cada alquer.
Normalmente este é outro momento em que o grupo de Fundadores se reduz, já que alguns não dispunham, em verdade, do dinheiro necessário, mas tampouco queriam ficar fora do projeto e tinham a ingênua esperança de que bastaria aportar o seu trabalho voluntário para pertencer a uma Comunidade que tem que realizar fortes investimentos.
Os comprometidos não devem dar facilidades a este tipo de pessoas tão ilusórias para que continuem. Do contrário sempre serão uma voz e um voto no Conselho opondo-se ao desenvolvimento material da Ecovila, porque de jeito nenhúm querem soltar mais dinheiro.
Tampouco os comprometidos devem devolver o dinheiro até então investido por aquele inconsciente, que só poderá cobra-lo de alguém recém chegado que o substitua no grupo. Se alguma pessoa desta classe tem real interesse em continuar, é melhor que se vire em conseguir um empréstito dos seus próprios familiares, nunca dos comunitários.
Como compensação, novos quotistas inesperados participarão no último momento, geralmente amigos e simpatizantes que raramente pasarão alguns dias no campo, ao ver que os Fundadores perseveram com firmeza na consecução da terra, seja como for.
Ahí, chega um momento interessante: Os Comprometidos convidam a visitar a terra conseguida aos seus antigos companheiros de noivado e faladuría sobre o sonho, e se encontram com que só uma reduzida porcentagem se apressenta. Algúns, até escrevem que não querem recever mais e-mails do grupo. Uns poucos ficaram inimigos para sempre ante aqueles que ousaram realizar o sonho que eles jamais terão a coragem de levar da teoria á prática.
FASE 4: CONCREÇÃO DO SONHO PESSOAL:
A partir de agora, o treinado grupo de Fundadores, junto com os Cofundadores (Cofundadores são os que se adheriram á completar a compra das terras depois de que os Fundadores signaram o Estatuto e o Acordo de Convivência) tem que melhorar a sua metodologia de reuniões. Estas devem realizar-se em adiante de uma maneira criativa, interessante, tratando de se entender mais com a intuición que com a razão. As reuniões frequentes, se muito longas, formais e normativas, são esgotadoras, enrijecedoras, tristes e burocratizantes do ideal, que é um impulso irracional da alma. Nesse impulso unimos-nos; porem, na razão e a palavra, nos desentendemos e dividimos.
Viver negociando normas castra toda a espontaneidade e criatividade individual dos espíritos fortes, e é fonte contínua de politicaría, frustração e separatividade. Existe uma tiranía pior e mais empantanante que a do forte sobre os fracos, é a dos medíocres, medonhos e mesquinhos sobre os generosos, audazes e geniais, dentro de um sistema que presume de ser mais igualitário que equitativo. Equidade significa “a cada um segundo o seu mérito”. Isso é justiça. Igualdade sem mérito é demagogia e paternalismo. O mérito de quem mais arrisca e trabalha sendo capaz de imaginar e manter iniciativas realizadoras por ele mesmo ejecutadas, deve ser sempre estimulado facilitado e premiado, para que o conjunto progrida por contagiante emulação.
AGORA QUE SE DISPOE DE UMA TERRA REAL, chegou o momento de converter aqueles primeiros planejamentos abstratos do “Noivado” em propostas concretas sobre o terreno
Cada aspirante a Ecovileiro (Ninguém será um ecovileiro titular até ser votado pelo 75% do Conselho após 9 meses de residência e trabalho constante na Ecovila) tem que expressar,bem pensado e por escrito, o Sonho e o Compromisso Pessoal de cada um: Desde o início, qualquer Fundador, Cofundador, Voluntário ou Aspirante deve reflexionar profundamente sobre o que realmente deseja fazer pela Comunidade e pela sua própria vida sustentável e a da Comunidade, segundo seus sonhos, ideais, talentos, vocação, habilidades e gosto pessoal, e o colocar escrito no Blog ou no Mural de Avisos, onde todo mundo o possa ler, para ser tido em conta à hora de planejar o sonho e projeto coletivo.
Não adianta querer obrigar a ninguém a realizar atividades nas que não flui com prazer. Para aqueles trabalhos necessários que não existam voluntários, a Comunidade contratará trabalhadores internos e, se é preciso, externos, com as contribuções de todos. As prioridades necessárias de interesse comum que se concordem nas reuniões, não podem obrigar a ninguém a mais de três horas diárias completas e pontuais de trabalho comunitário de puro mantimento da Ecovila desde qualquer hora da manhã, para não frustrar os desejos individuais de realização criativa, que são os que verdadeiramente vão construir voluntária, gostosamente a Comunidade durante o resto do dia, sem ninguém andar medindo o tempo que lhe dedica. Importa poder ser feliz e realizado com o próprio trabalho escolhido.
O Conselho Ecovileiro, as condições em que se podem criar empreendimientos produtivos e rendáveis, já individuais ou coletivos, ou inclusive com parceiría de não residentes, sobre o território da Ecovila.
FASE 5- CONHECER-SE NO FAZER. ...........CONTINUARÁ NO POST 'FASES DA CONSTRUÇÃO DA ECOVILA'.............
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